sexta-feira, 27 de maio de 2011

Governo teme efeito dominó


O primeiro foi o apoio da Assembléia Legislativa. O segundo, a impressionante a reação de professores, estudantes e setores da opinião pública a favor dos professores. Até agora não se ouviu críticas à reivindicação do magistério. No legislativo, as três deputadas de oposição, Ana Paula Lima e Luciane Carminatti, do PT, e Angela Albino, do PCdoB, centraram suas baterias na inconstitucionalidade da medida provisória. Ganharam destaque nos debates do plenário e causaram uma correria na base governista. Para não perderam o jogo no teatro político, os deputados do DEM – ou PSD – lançaram a proposta de abertura de negociações. Chegaram a anunciar uma audiência entre os líderes partidários na Assembléia e o governador interino Eduardo Moreira.
A iniciativa foi classificada nos bastidores de amadora. Iam atirar a batata escaldada no colo de Eduardo Moreira. Estes impasses só costumam ser levados ao governador, maior autoridade, depois que as negociações estão fechadas nos bastidores. A reunião foi, então, cancelada.
O argumento: a única forma de acabar com a greve seria o governo fazer uma nova proposta, com descompressão parcial da tabela salarial. Os novos percentuais, contudo, dependiam de decisão do governador titular. Temas tão delicados não costumam ser enfrentados e solucionados por telefone.
Outra questão delicada: o governo tem limites financeiros no orçamento para melhorar a proposta e descomprimir a tabela. A legislação do magistério é um complexo emaranhado e qualquer benefício repercute intensamente na despesa.
Finalmente, o temor do chamado efeito dominó ou cascata. Colombo tem reiterado disposição de melhorar os salários dos professores, mas receia que atendendo seus pleitos seja pressionado em seguida pelos servidores da saúde e pelos policiais militares, dois setores que ficaram credores no governo Luiz Henrique/Pavan.
O movimento dos professores está fortalecido, mas ninguém sabe até onde sustenta os atuais níveis de oxigênio em todo o Estado. O governo também contabiliza pesado prejuízo político. E todos temem perdas eleitorais.
A decisão de Colombo neste fim de semana partirá destes cenários.

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