quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desdobramento da greve do magistério


Do Blog do Prisco Paraíso



"Efeito colateral da greve do Magistério estadual: ontem os professores de Tubarão (rede municipal) deflagraram paralisação por tempo indeterminado".

Raimundo Colombo está fechado em copas, mas a expectativa ontem entre auxiliares que privam de sua intimidade é de que até sexta-feira possa praticar um gesto com os professores: apresentar uma proposta complementar, com avanço parcial para a carreira do Magistério, capaz de levar à categoria a suspender a greve, com o compromisso de desdobrar novos ganhos em cronograma de médio prazo.
Na reunião de ontem com a base aliada, o governador restringiu-se a pedir o apoio à Medida Provisória que já se encontra na Assembleia, que contempla o piso salarial para os professores em início de carreira. Hoje, com o ministro Fernando Haddad (Educação), terá uma ideia da participação da União pela via do Fundeb. Feitas as projeções na Fazenda, verificar até onde o Estado poderá acenar ao Magistério, sem comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como limite prudencial da folha de pessoal.
Com a paralisação completando hoje duas semanas e com início do último mês do primeiro semestre, Colombo quer acabar com o movimento, sob pena de começar a acumular um desgaste político ameaçador, considerando uma administração de apenas 150 dias. O governador também teme que outras categorias funcionais possam cruzar os braços se o governo não colocar ponto final na greve do Magistério, com a situação ganhando proporções de absoluto descontrole.
O dilema da administração estadual é cristalino: não pode endurecer com os professores a ponto de caracterizar uma radicalização oficial, que venha a provocar um desarranjo na relação com o funcionalismo, mas também não pode passar para os sindicalistas e servidores sentimento de fragilidade e frouxidão, o que poderia colocar em xeque a autoridade dos novos governantes, legitimados pelas urnas de outubro de 2010, em inequívoca eleição de turno único.
Quanto aos parlamentares governistas, não querem abandonar Raimundo Colombo, que bem ou mal, continua com a caneta na mão, com muita carga, mas não desejam desafiar o Sinte, hoje respaldado pelos professores e por parcela considerável da sociedade, que apoia a mobilização reivindicatória nas diversas regiões do Estado.

Imagem do Blog S.O.S. Educação Pública

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