quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Greve estadual e as negociações

 A greve dos professores está chegando no momento decisivo, na fase considerada mais crucial. O governo decidiu manter a medida provisória, mandou rodar a folha de salários com os vencimentos deste ato transformado em lei, suspendeu as negociações, mandou cortar os salários dos grevistas e voltaram à estaca zero os entendimentos sobre anistia, abono, progressão funcional, concurso público,etc. O governador reuniu-se com deputados, secretários centrais, gerentes educacionais e secretários regionais, a todos comunicando as medidas adotadas, as propostas e negociações.
O comando de greve e a diretoria do Sinte perceberam que os professores iam sofrer prejuízos financeiros e corporativos, entrou em campo e apelou aos líderes parlamentares.
Os deputados Ana Paula Lima (PT) e Elizeu Matos (PMDB) entraram em campo e conseguiram reabrir as negociações. Falaram com o secretário Eduardo Deschamps e com ele foram ao governador pedir mais um tempo. Acertaram os termos de uma nova proposta com os líderes do movimento. Se Colombo assinasse um documento comprometendo-se a formar uma comissão paritária, recompondo a regência de classe e a tabela salarial a partir de janeiro, levariam o documento as assembleias para tentar viabilizar o fim da greve. Colombo assinou o documento, explicitando todos os compromissos. O Sinte passou o dia reunido. Retornou com mais um pedido adicional: que os salários de junho não tivessem desconto dos dias parados. O líder Elizeu Matos, o deputado Padre Pedro, do PT, e o secretário Eduardo Deschamps, gastaram o dia inteiro para conseguir o sinal verde do governador para o não desconto imediato dos dias parados nos salários. E o que aconteceu? Aqui neste blog os professores dispararam torpedos contra o governador, dizendo que estava querendo ser bonzinho, que fazia média, enfim, que agia demagógicamente. Assim, realmente, fica difícil. Se o governador não atende apelos do comando de greve, através dos líderes parlamentares, é age como um ditador, um carrasco. Se dá resposta positiva, é demagogo. Aviso aos navegantes: o governo cedeu em vários pontos. Diz que não paga a tabela integral na carreira porque não tem recursos financeiros. Se a greve não terminar esta semana ninguém consegue vislumbrar as consequências. Serão ruins para o governo, claro. Mas também péssimas para os professores e pavorosas para a educação catarinense. Os professores passaram oito anos a pão e água. Agora tem conquistas, melhorias e avanços. Raimundo Colombo abriu negociações e dispõe-se agora a nomear comissão paritária para definir a aplicação integral da tabela salarial na carreira. É hora de refletir, avaliar, negociar e decidir. Se a greve não acabar esta semana, os professores vão entrar num penoso processo de radicalização e desgaste político, com provável perda de apoio na comunidade, dos pais e dos alunos. A causa é justa, a reivindicação legítima, mas há momentos de avançar e de recuar. Amarrem bem os compromissos, garantam as conquistas, mas saiam com vitórias, ainda que parciais, o apoio da sociedade. É muito melhor do que saírem mais tarde derrotados,humilhados, desmotivados.
Do Blog do Moacir Pereira 

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