sábado, 15 de janeiro de 2011

O Caráter   

Autor: Ebenézer Anselmo

O Caráter
O conjunto dos traços psicológicos, o modo de ser, de sentir e de agir de um indivíduo, ou de um grupo, é o que chamamos de caráter, grosso modo. Constitui a índole ou o temperamento de uma pessoa ou de um grupo. Não são somente qualidades herdadas dos pais ou da família como muitos pensam, através dos exemplos e da educação. Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar o bom caminho mas a formação final do caráter de uma pessoa está rigorosamente em suas mãos. Apesar das tendências que possamos ter, o caráter é a vitória da nossa determinação sobre a nossa inclinação. É perfeitamente possível surgir de um ambiente completamente imoral e grosseiro, pessoas com forte e marcante caráter, em conseqüência da determinação e desejo de ser melhor. E de seus atos e influência vão surgir exemplos de moralidade e dignidade.
Contudo, é muito difícil manter-se fiel a uma conduta irrepreensível, quando convivemos num meio destituído de um mínimo de dignidade e respeito aos mais simples preceitos de retidão e honestidade, como o meio político brasileiro, por exemplo. Principalmente, quando notamos que os que trilham o caminho errado, muito mais do que com a impunidade, são agraciados com o enriquecimento ilícito e o beneplácito dos seus pares e autoridades competentes, que nada fazem para cerceá-los ou puni-los, estimulando com isso a prática cada vez mais intensa da corrupção desenfreada e generalizada. A trapaça, a má fé e a duplicidade são características da maioria dos governantes do nosso país.
O caráter sofre as influências do meio em que é submetido, na maioria das vezes. Por mais forte que sejam as convicções de um homem, é muito difícil conviver num meio completamente imoral e corrupto e não se contaminar com suas promessas e possibilidades de auferir vantagens de modo desonesto. Só os mais fortes, moralmente falando, conseguem se sobrepor a essas possibilidades. E homens de caráter consolidados como estes, são as colunas mestras da nossa sociedade, por serem exemplos a serem escolhidos e seguidos e propalados, neste nosso país tão carente de homens dignos.
Confúcio dizia que, “quando encontramos pessoas de valor, devemos pensar em como podemos ser iguais a elas; e quando encontramos pessoas sem caráter, devemos nos voltar para o nosso interior e examinar o que se passa lá dentro”. Nenhuma qualidade humana é mais admirada e exaltada do que a hombridade e a retidão, deixando para um segundo plano o desejo de progredir materialmente, que também alimenta os sonhos de todo e qualquer ser humano. Todavia, o enriquecimento com a perda da honra, menos do que uma vitória, é uma derrota moral que não há dinheiro que compre, quando falamos de homens de caráter. A honra, por incrível que pareça aos que dela carecem, vale mais do que todo o ouro do mundo. Não há dinheiro que pague a felicidade de saber que os amigos, parentes e conhecidos, sabem, com certeza, que somos um homem de caráter e moral impecáveis, e incapazes de qualquer ato indigno ou imoral. Quando se tem esta certeza, o mundo nos parece mais róseo, mais amigo e fraterno. E devolvemos a ele este mesmo sentimento.
É extremamente compensador gozar tal conceito, mesmo que ao custo de grandes sacrifícios. Até por que dele colhemos os melhores resultados morais, financeiros e econômicos. O homem digno não procura a oportunidade e o sucesso desesperadamente, pois estes, são bênçãos de uma conduta reta e que afloram naturalmente na vida dessas pessoas. É claro que exigem decisão, esforço e determinação, mas, são atitudes altamente compensadoras. E, obviamente, exigem trabalho e planejamento, mas, sem pisar no semelhante ou desejar o seu mal. “Na vida tereis aflições, mas, tende bom ânimo, eu venci o mundo”, disse Jesus. A falta de solidariedade é a maior demonstração de falta de caráter e muitas vezes, um atalho maligno que o homem procura na busca das suas metas, quase sempre egoístas. É o caminho largo e aparentemente fácil que leva o homem ao pecado e o desvia do caminho reto e estreito do espírito, da solidariedade, do amor. Este é o modo de vida do mau caráter.
Ora, se como diz a psicologia, o caráter é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pelo modo habitual e constante de agir, peculiar a cada indivíduo, podemos afirmar que o nosso caráter é resultado de nossa conduta, boa ou má. Algumas vezes, o bom caráter é o resultado de uma herança familiar, mas, muito mais freqüentemente, é a conseqüência e a determinação de lutar contra si mesmo, na busca de uma vida digna e exemplar.
Como disse Helen Keller, “o caráter não pode ser desenvolvido na calma e tranqüilidade. Somente através da experiência de tentativas e sofrimentos a alma consegue ser fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado”.
Todo homem de caráter é um exemplo a ser seguido e admirado.
http://www.artigonal.com/relacionamentos-artigos/o-carater-1000887.html
Perfil do Autor

Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, Membro da Sala de Letras Gabriela Mistral de Petrópolis, escritor, cronista, contista, articulista de vários jornais, professor de Motivação Pessoal. E-mail: ebenezeranselmo@yahoo.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Dinheiro perdido, nada perdido:
Saúde perdida,muito perdido:
Carater perdido,tudo perdido.

Meus respeitos ao autor, pois ao meu ver, não é palhaço, mas observa atentamente o "circo" aonde vivemos. Acredito que o carater de uma pessoa está ligado diretamente ao meio familiar, pois é desse que extrai a sua conduta, suave, ou grosseira. O "circo' aonde vivemos esta contaminado com egoismo,e a sede (desejo) do "PODER", a retidão é deixada de lado, a trapaça e a má fé domou conta das pessoas que ja contaminadas em seu seio familiar. Tudo isso é uma caracteristica de um povo individualista, que atraves dos seus beneficios deixa de observar os acontecimentos governamentais, e coletivo de uma sociedade tambem comprometida. O carater de um homem inicia no seu primeiro ano de vida, é ovindo a familia que o seu subconsciente grava para toda sua vida, ás más e boas conversas.

Elina disse...

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