quarta-feira, 14 de julho de 2010

Diário Catarinense e a Nucleação das Escolas de Imaruí

(Desenho Elin@)

13 das 19 escolas de Imaruí serão fechadas

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2969111.xml&template=3898.dwt&edition=15078&section=213

Estudantes da rede municipal serão remanejados para seis unidades a partir do próximo dia 19

O fechamento de 13 das 19 escolas municipais de Imaruí, no Sul do Estado, gerou insatisfação para a comunidade. Cerca de 90% dos 1.480 alunos da rede municipal serão remanejados para seis unidades a partir do próximo dia 19, medida que a prefeitura tomou como forma de qualificar o ensino e investir melhor os recursos da Secretaria de Educação.


O Projeto de Nucleação das escolas foi criado para corrigir um problema de logística do ensino em Imaruí, que se agravou com a redução do número de alunos nos últimos 10 anos, segundo a secretária municipal de Educação, Rosane Gonçalves.

– No ano 2000, tínhamos 2 mil alunos e, hoje, são 1.480, mas o número de escolas permaneceu o mesmo. A média nacional do ensino fundamental é de 28 alunos para cada professor enquanto temos comunidades no interior que são cinco ou seis crianças para cada professor e isso causa sérios problemas na Educação.
Rosane conta que o município tem cinco escolas com classes multisseriadas (alunos de séries distintas na mesma sala) e desprovidas de benefícios como aulas de inglês e informática.
– Qual pai e mãe não quer o filho estudando no conforto de perto de casa? Mas, todos os pais querem que o filho receba um ensino de qualidade e isso não estava acontecendo em muitas escolas do interior – diz.
Mesmo que o município garanta o transporte escolar a todos os alunos, a insatisfação é geral. Mais de 50 professores admitidos em contrato temporário (ACT) foram dispensados e os pais reprovam a idéia de ver os filhos irem sozinhos de ônibus para uma escola longe de casa.
– Não tem cabimento tirar as crianças da escola de perto de casa e colocá-las lá no Centro. Quem não vai ficar preocupada? – questiona Teresinha Santos Dama, 40 anos.
A dona de casa é mãe de Aurélio Murilo Lino da Silva, 7 anos, que frequenta a 5ª série da Escola Professor José Tomaz Ribeiro, da localidade de Cangueri de Fora, e cujos alunos de 5ª a 8ª séries irão para uma escola do Centro. As turmas do Ensino Fundamental permanecerão no local.
A Câmara de Vereadores aprovou uma moção de repúdio pela forma com que o Projeto de Nucleação foi desenvolvido e vários professores pretendem entrar na Justiça para evitar que essa nova realidade comece já a partir do próximo dia 19.
– A nucleação um dia teria de acontecer, mas queríamos discutir os impactos que as comunidades sofreriam – diz o professor Jair Paulo.
Para a prefeitura, as escolas que ficarão vazias não devem ser vistas como imóveis abandonados.
– Esses locais exigem investimento com manutenção, merenda, professores e limpeza e que serão melhor aplicados nas seis escolas nucleadas – informa a secretária de Educação.

marcelo.becker@diario.com.br

Um comentário:

Elina disse...

No município de Imaruí, existe apenas uma escola multisseriada, a Escola de Sertão de Cangueri. É uma escola que fica distante das demais comunidades, tem uma boa estrutura física, é equipada e atende há muitos anos a comunidade.Quando chove a estrada que dá acesso a essa escola\comunidade fica intransitável, o que significa que os alunos ficarão sem aula e com isso o calendário escolar não será cumprido.
A secretária fala em Projeto de Nucleação, mas até o dia de hoje ninguém teve acesso ao referido Projeto, nem mesmo o Ministério Público. Problema de logística? É só isso que a secretária sabe falar, e não consegue transmitir a verdade dos fatos.Aulas de inglês e informática? É isso que a secretária entende por qualidade na educação, seria muito simples, bastava colocar o computador nas escolas que não tem, e o professor de inglês. Conheço escolas da zona rural do município que tem excelentes professores, que fazem um trabalho exemplar. A qualidade está nessas comunidades, precisa ser melhorado com certeza, ms não fechar as escolas drasticamente como estão fazendo. Interessante que a secretária e o prefeito não se referem aos professores que estão fora da sala de aula em funções como motoristas, e outros cargos no prédio da secretaria com salários bem superior ao dos que estão na sala de aula. Muita coisa poderia ser feita antes de fechar as escolas e demitir os professores. Com certeza os que forem demitidos devem procurar a justiça, pois tem seus direitos, considerando que foram contratados para trabalharem até dezembro.