E S P E R A N Ç A
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
(Mário Quintana)
F E L I Z 2010!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Brasil deve mirar educação na pré-escola, diz ganhador de Nobel de Economia
Educação é dinheiro. E educação nos quatro primeiros anos da vida de uma criança significa ainda mais dinheiro, sugere o economista James Heckman. Premiado com o Nobel de Economia em 2000 pelos trabalhos nos quais criou uma série de métodos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação, Heckman argumenta que, quanto mais tarde o aprendizado chegar às pessoas, menor será o seu efeito e mais caro custará ao País.
O economista está no Rio de Janeiro, onde participou nesta quarta-feira, no Ibmec-RJ, de um seminário em homenagem aos 55 anos do economista Ricardo Paes de Barros, considerado hoje um dos principais especialistas em políticas sociais do Brasil. Na quarta e na quinta-feira, Heckman é a principal estrela de um seminário na Fundação Getulio Vargas, onde pesquisadores estrangeiros e brasileiros vão discutir a educação infantil.
O professor da Universidade de Chicago lembrou na palestra que uma intervenção educacional apropriada na chamada “primeira infância” (até os quatro anos) garante “significativo retorno econômico” a um País – seja rico, pobre ou em desenvolvimento. Para o economista, países como o Brasil só conseguirão realmente alcançar altos índices de produtividade quando mirarem nos anos iniciais. O retorno manifesta-se, por exemplo, no aumento da renda futura, na redução dos custos sociais e na queda da criminalidade, entre outros indicadores. Razão: crianças estimuladas mais cedo chegarão à escola mais preparadas para aprender.
Envolvimento da família
Para comprovar a tese, o Nobel apresentou, ao lado do economista Rodrigo Pinto (também da Universidade de Chicago), os resultados de um estudo sobre o Projeto Pré-Escolar Perry, adotado nos Estados Unidos nos anos 60. O programa tinha como alvo crianças de baixa renda, avaliadas como de alto risco de fracasso escolar. Beneficiários do programa e um grupo de controle foram acompanhados em várias etapas até os 40 anos.
Os resultados mostraram os méritos da intervenção educacional precoce. Para as que estudaram no programa Perry, o número de crianças que quando adultas tiveram renda superior a US$ 2 mil mensais foi quatro vezes maior do que aquelas fora do programa. O Perry também reduziu à metade o número de crianças que usou o seguro desemprego (medida usada para verificar o grau de empregabilidade dessas crianças quando adultas). Para os meninos, o efeito mais importante foi a redução da participação em atividades ligadas ao crime. Houve aumento de QI aos cinco anos de idade e graus mais altos de desempenho no ensino secundário.
“A primeira infância tem muita importância na formação de capacidades, ao criar o ambiente correto para o desenvolvimento físico e psicológico”, resume Heckman. Para o economista, essas capacidades trazem maiores ganhos se lapidadas até os quatro primeiros anos de vida. Ele se refere tanto às habilidades cognitivas convencionais aprendidas na escola – como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica – quanto às habilidades não cognitivas, relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social. As últimas também devem ser estimuladas no começo da vida. “Embora sejam cientificamente menosprezadas por muitos, elas estão diretamente relacionadas ao sucesso na escola – e, mais tarde – no mercado de trabalho”, afirma.
Os estímulos, porém, precisam ocorrer na escola e na família. Daí, segundo Heckman, o sucesso do programa Perry, que envolve os pais no processo educativo. “Sem o amparo dos pais, dificilmente uma criança terá motivação para aprender”, afirma. É por essa razão que uma criança do Nordeste começa a vida em desvantagem em relação a uma do Sudeste, sublinha o economista. A tarefa de programas pré-escolares é tentar atenuar as diferenças no ponto de partida. “A intervenção motiva as crianças e faz com que elas se engajem mais, procurem o conhecimento, estejam abertas à experiência e ao aprendizado. Assim vão aprender melhor nos anos seguintes”, explica.
Mundos distintos
Em outro estudo, feito com o brasileiro Flávio Cunha, Heckman compara dois mundos familiares bem distintos. No primeiro, as crianças vêm de um lar cujos pais leem em voz alta, dão estímulos lógicos e usam um vocabulário amplo. No outro, os pais são analfabetos e não há brinquedos em casa. O estudo constatou que, com um ano de idade, as diferenças são muito pequenas entre as crianças. Aos quatro anos, porém, as disparidades de resultados são “significativas”.
A taxa de retorno no capital humano, segundo os pesquisadores que estudam o tema, equivale ao conceito do retorno do investimento numa ação na bolsa. Heckman afirma que a taxa de retorno de um programa pré-escolar nos EUA é de 6% a 10% ao ano. “As ações na Bolsa têm taxa de retorno média entre 5% e 8%. O programa tem uma taxa de retorno muito boa, com a vantagem de ainda combater as disparidades econômicas”, afirma o economista.
Rodrigo de Almeida, iG Rio de Janeiro
O economista está no Rio de Janeiro, onde participou nesta quarta-feira, no Ibmec-RJ, de um seminário em homenagem aos 55 anos do economista Ricardo Paes de Barros, considerado hoje um dos principais especialistas em políticas sociais do Brasil. Na quarta e na quinta-feira, Heckman é a principal estrela de um seminário na Fundação Getulio Vargas, onde pesquisadores estrangeiros e brasileiros vão discutir a educação infantil.
O professor da Universidade de Chicago lembrou na palestra que uma intervenção educacional apropriada na chamada “primeira infância” (até os quatro anos) garante “significativo retorno econômico” a um País – seja rico, pobre ou em desenvolvimento. Para o economista, países como o Brasil só conseguirão realmente alcançar altos índices de produtividade quando mirarem nos anos iniciais. O retorno manifesta-se, por exemplo, no aumento da renda futura, na redução dos custos sociais e na queda da criminalidade, entre outros indicadores. Razão: crianças estimuladas mais cedo chegarão à escola mais preparadas para aprender.
Envolvimento da família
Para comprovar a tese, o Nobel apresentou, ao lado do economista Rodrigo Pinto (também da Universidade de Chicago), os resultados de um estudo sobre o Projeto Pré-Escolar Perry, adotado nos Estados Unidos nos anos 60. O programa tinha como alvo crianças de baixa renda, avaliadas como de alto risco de fracasso escolar. Beneficiários do programa e um grupo de controle foram acompanhados em várias etapas até os 40 anos.
Os resultados mostraram os méritos da intervenção educacional precoce. Para as que estudaram no programa Perry, o número de crianças que quando adultas tiveram renda superior a US$ 2 mil mensais foi quatro vezes maior do que aquelas fora do programa. O Perry também reduziu à metade o número de crianças que usou o seguro desemprego (medida usada para verificar o grau de empregabilidade dessas crianças quando adultas). Para os meninos, o efeito mais importante foi a redução da participação em atividades ligadas ao crime. Houve aumento de QI aos cinco anos de idade e graus mais altos de desempenho no ensino secundário.
“A primeira infância tem muita importância na formação de capacidades, ao criar o ambiente correto para o desenvolvimento físico e psicológico”, resume Heckman. Para o economista, essas capacidades trazem maiores ganhos se lapidadas até os quatro primeiros anos de vida. Ele se refere tanto às habilidades cognitivas convencionais aprendidas na escola – como conseguir enxergar o mundo de forma mais abstrata e lógica – quanto às habilidades não cognitivas, relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social. As últimas também devem ser estimuladas no começo da vida. “Embora sejam cientificamente menosprezadas por muitos, elas estão diretamente relacionadas ao sucesso na escola – e, mais tarde – no mercado de trabalho”, afirma.
Os estímulos, porém, precisam ocorrer na escola e na família. Daí, segundo Heckman, o sucesso do programa Perry, que envolve os pais no processo educativo. “Sem o amparo dos pais, dificilmente uma criança terá motivação para aprender”, afirma. É por essa razão que uma criança do Nordeste começa a vida em desvantagem em relação a uma do Sudeste, sublinha o economista. A tarefa de programas pré-escolares é tentar atenuar as diferenças no ponto de partida. “A intervenção motiva as crianças e faz com que elas se engajem mais, procurem o conhecimento, estejam abertas à experiência e ao aprendizado. Assim vão aprender melhor nos anos seguintes”, explica.
Mundos distintos
Em outro estudo, feito com o brasileiro Flávio Cunha, Heckman compara dois mundos familiares bem distintos. No primeiro, as crianças vêm de um lar cujos pais leem em voz alta, dão estímulos lógicos e usam um vocabulário amplo. No outro, os pais são analfabetos e não há brinquedos em casa. O estudo constatou que, com um ano de idade, as diferenças são muito pequenas entre as crianças. Aos quatro anos, porém, as disparidades de resultados são “significativas”.
A taxa de retorno no capital humano, segundo os pesquisadores que estudam o tema, equivale ao conceito do retorno do investimento numa ação na bolsa. Heckman afirma que a taxa de retorno de um programa pré-escolar nos EUA é de 6% a 10% ao ano. “As ações na Bolsa têm taxa de retorno média entre 5% e 8%. O programa tem uma taxa de retorno muito boa, com a vantagem de ainda combater as disparidades econômicas”, afirma o economista.
Rodrigo de Almeida, iG Rio de Janeiro
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
MEC e universidades oferecem especialização em educação infantil
O Ministério da Educação, em parceria com 15 universidades federais, de 15 estados, oferece 3.210 vagas em curso de especialização em educação infantil, presencial e gratuito. Inscrições vão até 30 de janeiro
As vagas são destinadas a profissionais de escolas - professores, coordenadores, diretores de creches - e pré-escolas das redes pública e privada (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenha convênio com o poder público, e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino.
Após o prazo final de 30 de janeiro, as secretarias de educação têm prazo até 28 de fevereiro para validar as inscrições. Se houver mais inscrições que vagas, cabe às instituições de ensino superior fazer a seleção dos candidatos. As aulas estão previstas para começar no primeiro semestre do próximo ano.
De acordo com Simone Medeiros, da coordenação de formação de professores da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, o curso é presencial, tem 360 horas e duração de 18 meses. O curso será ministrado em 59 municípios por uma rede de 15 universidades federais, algumas conveniadas com instituições estaduais.
A oferta de curso de especialização em educação infantil integra a política nacional de formação de profissionais do magistério da educação básica, que o Ministério da Educação desenvolve em parceria com estados, Distrito Federal e municípios, conforme prevê o Decreto nº 6.755/2009.
As inscrições devem ser feitas na Plataforma Freire até dia 30 de janeiro de 2010. Para concorrer, o candidato deve atender a uma série de requisitos: ter (preferencialmente) graduação em pedagogia; trabalhar há pelo menos dois anos na educação infantil; ter disponibilidade para fazer a formação em serviço; se não for da carreira do magistério público, assumir compromisso de trabalhar na educação infantil por no mínimo 18 meses, após a conclusão do curso; dispor de, no mínimo, de dez horas semanais para estudos complementares durante o curso.
Ao fazer a inscrição, o professor, diretor, coordenador ou membro das equipes de educação infantil dos municípios deve buscar a vaga na sede ou no campus da universidade mais próxima da cidade onde reside ou trabalha. As vagas para especialização em educação infantil atendem parte dos pedidos de cursos de formação solicitada por municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008.
(Ionice Lorenzoni, da Assessoria de Comunicação do MEC)
As vagas são destinadas a profissionais de escolas - professores, coordenadores, diretores de creches - e pré-escolas das redes pública e privada (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenha convênio com o poder público, e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino.
Após o prazo final de 30 de janeiro, as secretarias de educação têm prazo até 28 de fevereiro para validar as inscrições. Se houver mais inscrições que vagas, cabe às instituições de ensino superior fazer a seleção dos candidatos. As aulas estão previstas para começar no primeiro semestre do próximo ano.
De acordo com Simone Medeiros, da coordenação de formação de professores da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, o curso é presencial, tem 360 horas e duração de 18 meses. O curso será ministrado em 59 municípios por uma rede de 15 universidades federais, algumas conveniadas com instituições estaduais.
A oferta de curso de especialização em educação infantil integra a política nacional de formação de profissionais do magistério da educação básica, que o Ministério da Educação desenvolve em parceria com estados, Distrito Federal e municípios, conforme prevê o Decreto nº 6.755/2009.
As inscrições devem ser feitas na Plataforma Freire até dia 30 de janeiro de 2010. Para concorrer, o candidato deve atender a uma série de requisitos: ter (preferencialmente) graduação em pedagogia; trabalhar há pelo menos dois anos na educação infantil; ter disponibilidade para fazer a formação em serviço; se não for da carreira do magistério público, assumir compromisso de trabalhar na educação infantil por no mínimo 18 meses, após a conclusão do curso; dispor de, no mínimo, de dez horas semanais para estudos complementares durante o curso.
Ao fazer a inscrição, o professor, diretor, coordenador ou membro das equipes de educação infantil dos municípios deve buscar a vaga na sede ou no campus da universidade mais próxima da cidade onde reside ou trabalha. As vagas para especialização em educação infantil atendem parte dos pedidos de cursos de formação solicitada por municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008.
(Ionice Lorenzoni, da Assessoria de Comunicação do MEC)
MEC fixa data para criança entrar no 1º ano
Projeto a ser enviado ao Congresso prevê que só entra no ensino fundamental aluno que completar 6 anos até 31 de março
Angela Pinho e Fábio Takahashi escrevem para a "Folha de SP":
O Ministério da Educação decidiu enviar projeto de lei ao Congresso que prevê que só poderão entrar no ensino fundamental (1º ao 9º ano), público ou privado, crianças que completarem seis anos até 31 de março. Já o Senado aprovou terça-feira (8/12) texto contrário, que permite o ingresso aos cinco anos.
O MEC defendia que o "corte" deveria ser o "início do ano letivo", o que poderia variar entre as redes -de janeiro a março. Por isso, resolveu agora fixar uma data única.
A mudança foi decidida segunda-feira (7/12), após reunião com gestores estaduais e municipais. O projeto deve ser enviado ao Legislativo ainda neste ano. O governo Lula tenta padronizar a entrada das crianças no fundamental, uma vez que Estados e municípios têm adotado lógicas diferentes, conforme a Folha mostrou mês passado. Com critérios divergentes, há dificuldades quando o estudante precisa mudar de rede. Além disso, escolas particulares disputam para ver quem aceita crianças mais novas.
O Conselho Nacional de Educação recomenda o "corte" no início do ano letivo, o que é seguido por Estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul. Quem completa seis anos após esse limite deverá estar na pré-escola e entrar no fundamental apenas no ano seguinte. Mas, como a recomendação não tem força de lei, Estados têm aceitado crianças com cinco anos na educação fundamental, desde que completem seis durante o ano letivo. O Conselho Estadual de São Paulo permite que o aluno complete seis anos até o fim de junho; Mato Grosso do Sul e Paraná aceitam até dezembro.
O MEC pensava desde o meio do ano em padronizar uma data. Chegou a desistir da idéia, mas retomou depois que começaram a aparecer os critérios divergentes entre as redes. Se aprovada pelo Congresso, a nova lógica definida pelo governo valerá para alunos que ainda vão entrar na pré-escola. Não está definido o que ocorrerá com as que já cursam essa etapa e estão prestes a entrar na educação fundamental.
Divergências
Por trás da confusão, está a discussão de qual idade a criança deve ser alfabetizada. O MEC entende que uma criança de cinco anos é muito nova para entrar no ensino fundamental e começar o processo. O presidente da federação das escolas privadas, José Augusto de Mattos Lourenço, discorda da lógica. O próprio MEC, diz Lourenço, recomenda que o 1º ano do fundamental deva ser parecido com o último ano da antiga pré-escola.
A partir do ano que vem, o fundamental passa de oito para nove anos de duração, incorporando um ano da pré-escola.
"O que MEC anunciou agora não muda nada. Defendemos o "corte" em 31 de dezembro. Criança de cinco anos pode começar a ser alfabetizada, como já ocorre na pré-escola das particulares", afirmou Mattos.
Projeto aprovado terça-feira (9/12) pela Comissão de Educação do Senado tem caráter semelhante - libera a entrada da criança aos cinco anos. "Podemos ter um currículo adequado ao desenvolvimento da criança", disse o senador Flávio Arns (PSDB-PR), autor da proposta.
Se não houver recurso de nenhum senador, o projeto segue para a Câmara; se aprovado, vai para análise de Lula. Além do fundamental de nove anos, o MEC planeja normatizar a pré-escola (quatro e cinco anos), que será obrigatória a partir de 2016, conforme regra que entrou em vigor em novembro. A idéia é proibir repetência e avaliação com nota nessa etapa.
(Folha de SP, 9/12)
Angela Pinho e Fábio Takahashi escrevem para a "Folha de SP":
O Ministério da Educação decidiu enviar projeto de lei ao Congresso que prevê que só poderão entrar no ensino fundamental (1º ao 9º ano), público ou privado, crianças que completarem seis anos até 31 de março. Já o Senado aprovou terça-feira (8/12) texto contrário, que permite o ingresso aos cinco anos.
O MEC defendia que o "corte" deveria ser o "início do ano letivo", o que poderia variar entre as redes -de janeiro a março. Por isso, resolveu agora fixar uma data única.
A mudança foi decidida segunda-feira (7/12), após reunião com gestores estaduais e municipais. O projeto deve ser enviado ao Legislativo ainda neste ano. O governo Lula tenta padronizar a entrada das crianças no fundamental, uma vez que Estados e municípios têm adotado lógicas diferentes, conforme a Folha mostrou mês passado. Com critérios divergentes, há dificuldades quando o estudante precisa mudar de rede. Além disso, escolas particulares disputam para ver quem aceita crianças mais novas.
O Conselho Nacional de Educação recomenda o "corte" no início do ano letivo, o que é seguido por Estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul. Quem completa seis anos após esse limite deverá estar na pré-escola e entrar no fundamental apenas no ano seguinte. Mas, como a recomendação não tem força de lei, Estados têm aceitado crianças com cinco anos na educação fundamental, desde que completem seis durante o ano letivo. O Conselho Estadual de São Paulo permite que o aluno complete seis anos até o fim de junho; Mato Grosso do Sul e Paraná aceitam até dezembro.
O MEC pensava desde o meio do ano em padronizar uma data. Chegou a desistir da idéia, mas retomou depois que começaram a aparecer os critérios divergentes entre as redes. Se aprovada pelo Congresso, a nova lógica definida pelo governo valerá para alunos que ainda vão entrar na pré-escola. Não está definido o que ocorrerá com as que já cursam essa etapa e estão prestes a entrar na educação fundamental.
Divergências
Por trás da confusão, está a discussão de qual idade a criança deve ser alfabetizada. O MEC entende que uma criança de cinco anos é muito nova para entrar no ensino fundamental e começar o processo. O presidente da federação das escolas privadas, José Augusto de Mattos Lourenço, discorda da lógica. O próprio MEC, diz Lourenço, recomenda que o 1º ano do fundamental deva ser parecido com o último ano da antiga pré-escola.
A partir do ano que vem, o fundamental passa de oito para nove anos de duração, incorporando um ano da pré-escola.
"O que MEC anunciou agora não muda nada. Defendemos o "corte" em 31 de dezembro. Criança de cinco anos pode começar a ser alfabetizada, como já ocorre na pré-escola das particulares", afirmou Mattos.
Projeto aprovado terça-feira (9/12) pela Comissão de Educação do Senado tem caráter semelhante - libera a entrada da criança aos cinco anos. "Podemos ter um currículo adequado ao desenvolvimento da criança", disse o senador Flávio Arns (PSDB-PR), autor da proposta.
Se não houver recurso de nenhum senador, o projeto segue para a Câmara; se aprovado, vai para análise de Lula. Além do fundamental de nove anos, o MEC planeja normatizar a pré-escola (quatro e cinco anos), que será obrigatória a partir de 2016, conforme regra que entrou em vigor em novembro. A idéia é proibir repetência e avaliação com nota nessa etapa.
(Folha de SP, 9/12)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
10 dicas dadas pelos professores: Como se sair bem no ENEN
1. Planeje o tempo
No sábado, o aluno terá 4h30 (ou 270 minutos) para resolver 90 questões, o que dá em média 3 minutos para cada questão. O tempo, segundo os professores, é suficiente, mas é preciso que seja bem utilizado. “Se começar a 'brigar' com o teste e gastar 10 minutos em uma única questão, vai faltar tempo para as outras”, afirma Alberto Nascimento. A dica é: seja prático e ágil. “Está muito difícil? Não sabe? Pula e volta para ela no final”, diz.
2.Responda na sequência
Como o Enem é uma prova com questões interdiciplinares, a regra de responder primeiro aquelas da matéria que o estudante tem mais facilidade, como português ou matemática, não é válida. “Geralmente a questão de química já mistura biologia ou física”, explica Nascimento. “Resolver na sequência normal da prova é a melhor opção. Tem aluno que vai adiante, daí vê que não sabe e fica nervoso”, acrescenta Vera Lúcia.
3. Foco na leitura
Mais do que qualquer outro vestibular, professores afirmam que o Enem exige atenção especial à leitura dos enunciados e dos textos dados. “É uma prova que dá trabalho. A chave do sucesso é a leitura cuidadosa e paciente”, afirma Vera.
De acordo com Edmilson, do Etapa, mesmo com as mudanças anunciadas para o Enem deste ano, que visaram incorporar mais conteúdo do Ensino Médio no teste, a prova que vazou mostra que a interpretação de texto ainda é muito importante. “Às vezes, a resposta está na própria questão. É raciocínio lógico”, diz.
4. Atenção às datas e aos títulos
Segundo Vera, um elemento que muitas vezes passa despercebido pelos alunos, mas que é muito importante é a data da notícia. “Você deve grifar aquela data porque pode ter uma pergunta sobre o contexto em que ela ocorreu”, alerta.
A professora também ressalta para o cuidado com o título de gráficos e tabelas. “Ele está em porcentagem ou número cheio? São pegadinhas que podem mudar toda a resolução”, afirma.
5. Equilibre as áreas de conhecimento
No sábado, a prova terá duas partes: ciências da natureza e suas tecnologias, com 45 questões, e ciências humanas e suas tecnologias, com outras 45. Segundo o professor Alberto, cada uma dessas áreas vale 100 pontos, por isso, a ideia é que o aluno tente equilibrar o tempo e a atenção gastos com cada parte.
Porém, ele ressalta também que a faculdade tem autonomia para decidir como irá utilizar a nota do Enem no seu processo seletivo. Sendo assim, se o aluno escolheu um curso da área de humanas, por exemplo, pode ser que a prova de ciências humanas e suas tecnologias tenha um peso maior que as demais. Vale a pena se informar sobre isso antes da prova para saber qual a área em que precisa se sair melhor.
6. Não revise
Sobrou tempo? Dedique-o às questões em que ficou em dúvida. Os especialistas aconselham a não ler novamente aqueles itens que já foram respondidos. “Não revise a prova. Quando você volta, já cansado, acaba errando”, afirma Vera. Portanto, evite trocar de resposta. “O primeiro raciocínio, em geral, é sempre o melhor”, considera ela.
7. Chute inteligente
No Enem, os professores aconselham os alunos a não chutarem levando em conta a letra que teve o menor número de respostas. Não funciona, garantem, porque a prova não tem equilíbrio entre os itens, diferentemente do que acontece em alguns vestibulares.
Segundo eles, até mesmo na hora de chutar é importante ler o enunciado com atenção para eliminar as alternativas consideradas absurdas. “É sempre melhor chutar entre duas ou três alternativas do que entre cinco. A chance de acerto é maior”, afirma Edmilson.
8. Dia da redação
No domingo, o tempo da prova deve ser dividido ainda com mais cautela, em razão da redação. Os professores indicam que os estudantes deixem pelo menos 1h para fazer o texto. A redação é dissertativa-argumentativa e, geralmente, traz um tema atual ou de cunho social.
A redação furtada teve como proposta, por exemplo, a valorização do idoso e pedia que o aluno apresentasse uma experiência ou proposta de ação social, que respeitasse os direitos humanos.
O aluno deve escrever de forma objetiva e com cuidado para não fugir do tema, o que desconta ponto. Vera ressalta também que não há tempo extra para passar a limpo o texto. Por isso, se estiver com os minutos contatos, prefira já escrever à caneta. “É preciso se organizar. Tive uma aluna que fez um texto belíssimo na Unicamp este ano, mas não conseguiu passar a limpo. Certamente foi desclassificada”, diz Vera.
9. Faça tudo
Os professores lembram que não é raro alunos que fazem o primeiro dia da prova e, por acharem que foram muito mal, desistem do segundo. Para eles, a atitude está erradíssima. “Tem que lutar até o último instante. Às vezes, foi ruim no sábado, mas você pode compensar no domingo. Não convém parar no meio do caminho”, afirma Nascimento, do Anglo. “Lembre-se que você pode ter mais habilidade em outra coisa. Não se abandona um jogo”, motiva Vera.
10. 2º dia de prova
Acabou a prova de sábado? É hora de se recuperar para a maratona de domingo. De acordo com Vera Lúcia, os alunos não devem estudar ou ler muito à noite. O melhor a fazer é um programa light de lazer, como assistir a um filme. “Você tem que voltar descansado”, diz. Depois, ir dormir cedo.
No domingo, a recomendação é não acordar muito tarde e tomar um bom café da manhã. Antes de sair, novamente, comer alguma coisa. Do mais, os professores avisam que não há segredo: quem estudou para o vestibular, está preparado também para o Enem.
Lecticia Maggi, iG São Paulo
No sábado, o aluno terá 4h30 (ou 270 minutos) para resolver 90 questões, o que dá em média 3 minutos para cada questão. O tempo, segundo os professores, é suficiente, mas é preciso que seja bem utilizado. “Se começar a 'brigar' com o teste e gastar 10 minutos em uma única questão, vai faltar tempo para as outras”, afirma Alberto Nascimento. A dica é: seja prático e ágil. “Está muito difícil? Não sabe? Pula e volta para ela no final”, diz.
2.Responda na sequência
Como o Enem é uma prova com questões interdiciplinares, a regra de responder primeiro aquelas da matéria que o estudante tem mais facilidade, como português ou matemática, não é válida. “Geralmente a questão de química já mistura biologia ou física”, explica Nascimento. “Resolver na sequência normal da prova é a melhor opção. Tem aluno que vai adiante, daí vê que não sabe e fica nervoso”, acrescenta Vera Lúcia.
3. Foco na leitura
Mais do que qualquer outro vestibular, professores afirmam que o Enem exige atenção especial à leitura dos enunciados e dos textos dados. “É uma prova que dá trabalho. A chave do sucesso é a leitura cuidadosa e paciente”, afirma Vera.
De acordo com Edmilson, do Etapa, mesmo com as mudanças anunciadas para o Enem deste ano, que visaram incorporar mais conteúdo do Ensino Médio no teste, a prova que vazou mostra que a interpretação de texto ainda é muito importante. “Às vezes, a resposta está na própria questão. É raciocínio lógico”, diz.
4. Atenção às datas e aos títulos
Segundo Vera, um elemento que muitas vezes passa despercebido pelos alunos, mas que é muito importante é a data da notícia. “Você deve grifar aquela data porque pode ter uma pergunta sobre o contexto em que ela ocorreu”, alerta.
A professora também ressalta para o cuidado com o título de gráficos e tabelas. “Ele está em porcentagem ou número cheio? São pegadinhas que podem mudar toda a resolução”, afirma.
5. Equilibre as áreas de conhecimento
No sábado, a prova terá duas partes: ciências da natureza e suas tecnologias, com 45 questões, e ciências humanas e suas tecnologias, com outras 45. Segundo o professor Alberto, cada uma dessas áreas vale 100 pontos, por isso, a ideia é que o aluno tente equilibrar o tempo e a atenção gastos com cada parte.
Porém, ele ressalta também que a faculdade tem autonomia para decidir como irá utilizar a nota do Enem no seu processo seletivo. Sendo assim, se o aluno escolheu um curso da área de humanas, por exemplo, pode ser que a prova de ciências humanas e suas tecnologias tenha um peso maior que as demais. Vale a pena se informar sobre isso antes da prova para saber qual a área em que precisa se sair melhor.
6. Não revise
Sobrou tempo? Dedique-o às questões em que ficou em dúvida. Os especialistas aconselham a não ler novamente aqueles itens que já foram respondidos. “Não revise a prova. Quando você volta, já cansado, acaba errando”, afirma Vera. Portanto, evite trocar de resposta. “O primeiro raciocínio, em geral, é sempre o melhor”, considera ela.
7. Chute inteligente
No Enem, os professores aconselham os alunos a não chutarem levando em conta a letra que teve o menor número de respostas. Não funciona, garantem, porque a prova não tem equilíbrio entre os itens, diferentemente do que acontece em alguns vestibulares.
Segundo eles, até mesmo na hora de chutar é importante ler o enunciado com atenção para eliminar as alternativas consideradas absurdas. “É sempre melhor chutar entre duas ou três alternativas do que entre cinco. A chance de acerto é maior”, afirma Edmilson.
8. Dia da redação
No domingo, o tempo da prova deve ser dividido ainda com mais cautela, em razão da redação. Os professores indicam que os estudantes deixem pelo menos 1h para fazer o texto. A redação é dissertativa-argumentativa e, geralmente, traz um tema atual ou de cunho social.
A redação furtada teve como proposta, por exemplo, a valorização do idoso e pedia que o aluno apresentasse uma experiência ou proposta de ação social, que respeitasse os direitos humanos.
O aluno deve escrever de forma objetiva e com cuidado para não fugir do tema, o que desconta ponto. Vera ressalta também que não há tempo extra para passar a limpo o texto. Por isso, se estiver com os minutos contatos, prefira já escrever à caneta. “É preciso se organizar. Tive uma aluna que fez um texto belíssimo na Unicamp este ano, mas não conseguiu passar a limpo. Certamente foi desclassificada”, diz Vera.
9. Faça tudo
Os professores lembram que não é raro alunos que fazem o primeiro dia da prova e, por acharem que foram muito mal, desistem do segundo. Para eles, a atitude está erradíssima. “Tem que lutar até o último instante. Às vezes, foi ruim no sábado, mas você pode compensar no domingo. Não convém parar no meio do caminho”, afirma Nascimento, do Anglo. “Lembre-se que você pode ter mais habilidade em outra coisa. Não se abandona um jogo”, motiva Vera.
10. 2º dia de prova
Acabou a prova de sábado? É hora de se recuperar para a maratona de domingo. De acordo com Vera Lúcia, os alunos não devem estudar ou ler muito à noite. O melhor a fazer é um programa light de lazer, como assistir a um filme. “Você tem que voltar descansado”, diz. Depois, ir dormir cedo.
No domingo, a recomendação é não acordar muito tarde e tomar um bom café da manhã. Antes de sair, novamente, comer alguma coisa. Do mais, os professores avisam que não há segredo: quem estudou para o vestibular, está preparado também para o Enem.
Lecticia Maggi, iG São Paulo
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